domingo, 5 de setembro de 2010

Sobre o que somos.

Minhas ações não dizem quem sou.

Eu acho que te ouvi pedir uma chance, mas não estava ouvindo realmente, era difícil me focar em suas palavras quando em seus olhos mistérios se revelavam. Era como se pela primeira vez eu pudesse entender exatamente o que você sentia por mim e fiquei encantada, não havia exageros em seu sentimento, não tinha aquele drama, não tinha jogos, era simples e isso fazia meu coração se acalmar.
Não disse uma palavra, não deixei você acabar de falar, levei meus lábios pra perto dos seus e te beijei com calma, imaginando que aquele momento poderia durar a eternidade e mesmo que não durasse já seria bom o bastante pra provar que com um futuro ou não era sincero nosso sentimento, então valia a pena.
Depois daquele dia nunca mais nos vimos, estranho, após o momento mais lindo que tivemos cada um seguiu sua vida, nunca entendi ao certo, e quis sair correndo atrás de você, te ligar, aparecer de surpresa na sua porta, mas o que eu ia dizer? Que te amava? Nunca fui boa com as palavras, nunca sabia se elas eram as certas.
Mas o fato de eu não ter ido atrás de você, não significa que eu não sou alguém que sentiu algo por você, a minha falta de ação pode significar que eu achei que nossa breve história tenha sido tão linda que eu não quis ir atrás com medo de estragar.

Minhas palavras não dizem quem sou.

Por tantas vezes escrevi sobre o passado como se ele ainda fosse meu presente, às vezes até era, mas isso não é tudo. Tenho essa necessidade de escrever sobre o que me incomoda e o passado é sempre algo que me traz desconforto, talvez eu me importe demais com ele, mas não pelo motivo que todo mundo pensa, talvez nem pelo motivo que eu pense, o que eu preciso é de resposta, pra muitas duvidas que existem em mim, não sei se encontrarei, mas escrevo em busca disso.
Eu deixo de escrever sobre muita coisa também, às vezes começo e não termino, ou termino e apago, quer dizer que não me importo? Pelo contrário, talvez eu não termine com medo do ponto final, talvez eu apague por medo de alguém ver. Ou talvez isso tudo seja apenas bobagem da minha cabeça.
Eu só acho que não se deve levar as palavras tão a sério, elas são importantes, mas não são tudo, e o sentido delas pode mudar com o tempo, no meu caso isso é uma boa coisa, ou se não eu ainda estaria esperando por ele como prometido, com medo de mudanças e não seria nem metade do que sou hoje.

Não são as ações, as palavras e nem mesmo os silêncios que dizem quem somos.

Somos o que só a gente vê e escolhemos demonstrar em ações, palavras, silêncios, ou qualquer outro tipo de forma o que queremos que o outro saiba. Somos mais do que o outro pode ver, mas não podemos cobrar que eles entendam se não mostramos.
Você sabe exatamente o que é, o outro sabe apenas o que você se permite mostrar.

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